sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Sexta de William Blake (1757-1827)

A poison tree

I was angry with my friend:
I told my wrath, my wrath did end.
I was angry with my foe:
I told it not, my wrath did grow.

And I water'd it in fears,
Night & morning with my tears;
And I sunned it with smiles,
And with soft deceifull wiles.

And it grew both day and night,
Till it bore and apple bright.
And y foe behed it shine
And e knew that it was mine,

And into my garden stole,
When the night had veil'd the pole;
In the morning gladI see
My foe outstretch'd beneath the tree.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Antonio Carlos Secchin

Sagitário

Evite excessos na quarta-feira,
modere a voz, a gula, a ira.
Saturno conjugado a Vênus
abre portas de entrada
e armadilhas de saída.
Evite apostar em si, mas, se quiser,
jogue a ficha em número
próximo do zero. Evite acordar
o incêndio implícito de cada fósforo.
E quando nada mais tiver a evitar
evite todos os horóscopos.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Dá pra ser ou tá difícil?


Ando sem assunto...

É, estou meio "desinteressante". Esse é o motivo de o blog estar sobrevivendo às custas dos queridos poetas que nos visitam aqui às sextas.

O caso é que quando penso em escrever sobre isso, isso e todo o resto somem da minha cabeça assim que começo a escrever.

Não que eu escreva sobre assuntos complexos ou que estes exijam muito de minha imaginação, mas, às vezes, até o trivial é um desafio.

Obama, Prêmio Framboesa, SPFW (e sua eterna Gisele): nada me trouxe a motivação.

E eis que estou aqui, escrevendo sobre nada.

Bem, agora sabem que estou viva e que o blog vai continuar se alimentando do patrimônio intelectual alheio durante as minhas férias forçadas.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Sexta de Bocage

MEU SER EVAPOREI NA LIDA INSANA

Manuel Maria du Bocage (1975-1805)

Meu ser evaporei na lida insana
do tropel das paixões que me arrastava;
ah! cego eu cria, ah! mísero eu sonhava
em mim quase imortal a essência humana!

De que inúmeros sóis a mente ufana
existência falaz me não dourava!
Mas eis sucumbe a natureza escrava
ao mal, que a vida em sua origem dana.

Prazeres, sócios meus e meus tiranos,
esta alma, que sedenta em si não coube,
no abismo vos subiu dos desenganos.

Deus! ó Deus! quando a morte a luz me roube,
ganhe um momento o que perderam anos.
Saiba morrer o que viver não soube.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Sexta de Lord Byron (1788-1824)

She walks in beauty

She walks in beauty, like the night
Of cloudless climes and starry skies;
And all that’s best of dark and bright
Meet in her aspect and her eyes;
Thus mellowed to that tender light
Which heaven to gaudy day denies.

One shade the more, one ray the less,
Had half impaired the nameless grace
Which waves in every raven tress,
Or softly lightens o’er her face;
Where thoughts serenely sweet express,
How pure, how dear their dwelling-place.

And on that cheek, and o’er that brow,
So soft, so calm, yet eloquent,
The smiles that win, the tints that glow,
But tell of days in goodness spent,
A mind at peace with all below,
A heart whose love is innocent!

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

1 entre 1001 posts para ler antes de morrer


Ainda mergulhada no clima de ano novo, caí na armadilha de ler um best seller sobre música! Estive debruçada sobre um livro chamado "1001 discos para ouvir antes de morrer", que faz um apanhado de meio século de lançamentos na música. A proposta parece pretensiosa, mas, se encarada como diversão, rende bons momentos a qualquer memória musical.

Dos anos 50 a 2004, aparecem clássicos para todos os gostos: "War", "Nevermind" e até "Baby, one more time"(sim, ela...). Escolhas óbvias (Beatles), inesperadas (Hole) e discutíveis (espia lá http://www.rocklistmusic.co.uk/steveparker/1001albums.htm) estão contidas nas resenhas de críticos da revista Rolling Stone, entre ilustrações de capas dos discos. Alguns artistas são citados mais de uma uma vez em uma década; outros permanecem em quase todas; muitos são ignorados.

No embalo das listas, foram também lançados "1001 filmes para ver antes de morrer", "1001 livros para ler ...", "1001 lugares para conhecer ..." e o indecente "1001 vinhos para beber ...".

Para quem não sabe por onde começar, as obras citadas dão um roteiro para aproveitar da melhor forma o que há de mais prazeroso na vida. Podem oferecer uma imersão no tema, aquecer a memória ou provocar curiosidade. Mas, certamente, não são a palavra final a respeito do que abordam. Afinal, quem melhor do que nós mesmos para estabelecer o quer devemos apreciar durante uma vida?

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Viernes con Drexler

Mal intento
Jorge Drexler

Mi canto no es más que un mal intento
De alejarte un instante
de mi pensamiento

Pasan los meses
Como pasa el rumor de un río
Cambian la estaciones
Y no se me pasa el frío
Sigo esperando
Encontrar una manera
De acostrumbrarme a esta casa
En la que nadie me espera

Si dejaras entrar un rayo de luz
Y sintieras tan solo una vez
Lo que yo siento
Sabrías que
Mi canto no es más que un mal intento
De alejarte un instante
de mi pensamiento
Y fuimos por unos meses
Dos ingredientes de una receta
Fuimos dos flores distintas en una misma maceta
Y todo tiene su tiempo
Tanto lo dulce como lo amargo
No hay pena ni gloria
Que un día no pase de largo

Si dejaras entrar un rayo de luz
Y sintieras tan solo una vez
Lo que yo siento
Sabrías que
Mi canto no es más que un mal intento
De alejarte un instante
de mi pensamiento

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Drummond para reverenciar 2009! *2


RECEITA DE ANO NOVO



Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,

liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.