quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Primeiro amor



Ah, as férias estudantis...


Gozando plenamente das minhas, tenho me dedicado a valorosa tarefa de assistir a TV. Entre reality shows com nerds, remontagem de seriados dos anos 90 e entrevistas da Oprah sempre passamos pela Sessão da Tarde e seus clássicos (e clássico aqui funciona como eufemismo para não dizer filmes antiqüíssimos que são reprisados com freqüência...).


O último que me capturou foi "Meu primeiro amor"(My girl). E quem não lembra da trilha emblemática que repetia o trecho "My girl, my girl, I'm talking 'bout my girl, my girl"? A canção fofíssima do Temptations dava o tom meigo à história da "garota" que vivia as primeiras descobertas sobre o mundo adulto e, mais ainda, sobre o amor.


É um daqueles filmes a que assistimos cem vezes e nos emocionamos em todas: suspiramos com a singleza das situações e com a lembrança da inocência que um dia já tivemos.
O primeiro amor em questão no filme demora a aparecer. É confundido com a adimiração quase paternal por um professor e se mistura aos sentimentos de embaraço da pré-adolescência, quando o desejo ainda é velado e vergonhoso.
Por ironia, ele emerge da perda. Vada, a garota, percebe que ama seu melhor amigo e presencia sua estúpida e trágica morte.

A paixão atrapalhada acompanha todo a transformação por que passamos desde quando sentimos as mudanças físicas, hormonais (menstruação no caso da meninas, como mostra a obra) e psicológicas que caracterizam a fase.
E no olho do furacão aparece a atração pelo sexo oposto, que há pouco tempo era apenas motivo de irritação.
Pureza e a curiosidade se misturam para dar o tom da sensação de amar pela primeira vez. Como afirma a madrasta de Vada, não há lição que sirva para todos: no caso da paixão é preciso aprender na prática.

Não é a toa que a continuação do filme, lançada alguns anos depois, não faz jus ao original. O primeiro amor é rodeado de uma magia, um simbolismo que qualquer envolvimento posterior, por mais intenso ou duradouro que seja, nunca conseguirá se igualar.


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