Minha desgraça
Minha desgraça, não, não é ser poeta,
Nem na terra de amor não ter eco,
E meu anjo de Deus, o meu planeta
Tratar-me como trata-se um boneco...
Não e´andar de cotovelos rotos,
Ter duro como pedra o travesseiro...
Eu sei... O mundo é um lodaçal perdido
Cujo sol (quem mo dera!) é o dinheiro...
Minha desgraça, ó cândida donzela,
O que faz que o meu peito assim blasfema
É ter para escever todo um poema,
E não ter um vintém para uma vela.
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