Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: aqui ...
além...
mais este e aquele, e outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não
amar ninguém!
Recordar? Esquecer? Indiferente!
Prender ou
desprender? É mal? É bem?
Quem disse que se pode amar alguém
durante a
vida inteira é porque mente.
Há uma primavera em cada vida:
é
preciso cantá-la assim florida,
pois se Deus deu voz foi pra cantar.
E se
um dia hei de ser pó, cinza e nada
que seja a minha noite uma
alvorada,
que me saiba perder... pra me encontrar...
(Florbela
Espanca - 1894-1930)
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
Sexta de Florbela Espanca!
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
PRIMEIRO ANDAR
Já vou?
Será?
Eu quero ver
O mundo, eu sei, não é esse lá
Por onde andar?
Eu começo por onde a estrada vai
E não culpo a cidade, o pai
Vou lá
Andar
E o que eu vou ver?
Eu sei lá
Não faz disso esse drama, essa dor
É que a sorte é preciso tirar pra ter
Perigo é eu me esconder em você
E quando eu vou voltar?
Quem vai saber?
Se alguém numa curva me convidar?
Eu vou lá
Que andar é reconhecer
Olhar
Eu preciso andar num caminho só
Vou buscar alguém que eu nem sei quem sou
Eu escrevo e te conto o que eu vi
E me mostro de lá pra você
Guarde um sonho bom pra mim* Rodrigo Amarante
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
Sexta saudosa a Caymmi!
Doralice
Doralice, eu bem que lhe
amar é tolice, é bobagem, ilusão
disse:Eu prefiro viver tão sozinho ao som do lamento do meu
violãoDoralice, eu bem que lhe
disse: olha essa embrulhada em que vou me
meterAgora, amor, Doralice, meu bem,
Como é que nós vamos fazer?Um belo dia você me surgiu, eu quis fugir mas você
insitiuAlguma coisa bem que andava
me avisando, até parece que eu estava
adivinhandoEu bem que não queria me
casar contigo, bem que não queria
enfrentar, esse perigo, DoraliceAgora você tem que me dizer: como é que nós vamos
fazer?
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
A tola e o Pessoa...
blog recém criado é desejar fervorosamente falar sobre minha paixão pelo
Fernando Pessoa.
Eu explicaria as reflexões que crio através de sua obra e as
emoções que o autor me proporciona.
Mas tenho uma crença terrível: a de que
paixões não se explicam.
Inclusive, acredito que a cada tentativa de
explicação elas se tornam menos críveis.
As minhas paixões são irracionais e
irreais, por excelência.
Não constam em cartas, em documentos... dificilmente
se tornam matéria.
São frutos de uma imaginação fértil.
Infinitamente
platônicas.
Importa-me, como estudiosa, a vida de Fernando Pessoa e as
críticas a sua obra.
Como apaixonada, isso pouco importa.
Importa o
que sinto quando leio cada letra que ele escreve.
E como todas fazem sentido,
sem qualquer explicação racional.
É paixão imatura... fulminante!
Como todas deviam ser.
Sexta PESSOANA!!!
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.
Mas,afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas
A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
TEMPO X LEITURAS
Acho que não.
As publicações são inúmeras e o desejo de ler, intenso.
Somados aos clássicos ainda não lidos, chegamos a um número infinito de livros inéditos.
E as REleituras?
Essas também são essenciais, apesar de muitas vezes termos de deixá-las de lado.
Olhamos a estante e sentimos angústia pelos livros adquiridos e, de certa forma, ignorados.
Visitamos bibliotecas e temos vontade de pernoitar em cada seção.
Nas livrarias, pouco ou muito dinheiro são sempre pouco (e isso que nem entramos no quesito preço...).
O fato é que não desistimos.
Nunca.
O leitor é objeto direto do verbo amar a leitura.