quinta-feira, 30 de julho de 2009

O bom filho...

Após meses de tormenta e alopração, Trevo retorna mais atrevida do que nunca.
Agora nossos visitantes aparecerão durante um mês. Serão trinta (arredondando) dias de contemplação e tentação. Explico: mais do que a um poema, desejo incitar à busca de uma alma literária.
Se chegarmos a algum lugar, céu. Se não, pro inferno.

Para começar bem, Emily Dickinson, minha musa.

Nascida em 1830, em Amherst - espécie de fim-de-mundo de Massachussets, nos EUA -, compôs seus primeiros poemas ainda adolescente, embora tivesse aspirações poéticas desde muito cedo. Viria a falecer 56 anos mais tarde, ainda vivendo nessa cidade.

Na tenra idade para casar-se e tornar-se uma boa esposa, decidiu trancafiar-se na casa de seus pais para produzir o que seres humanos com juízo consideram ser um dos trabalhos mais sublimes da poesia universal.

Versos "perdidos", estrofes desalinhadas, pontuação insólita e palavras aglomeradas foram parte do espanto que causou em seus críticos. Como era de se imaginar, sua poesia lacônica e inventiva não foi compreendida em seu tempo.
Mas chegou a estar em voga nos anos 60, quando ganhou o prestígio que sustanta até hoje.

Vai um trecho de "The soul selects her own society" para aguçar a curiosidade:

"The soul selects her own society,
Then shuts the door;
On her divine majority
Obtrude no more."

"A alma define sua própria sociedade.
E avança para seus portões;
Quando chega à sonhada maturidade,
Basta de imposições."
(tradução livre e porca, gente sem talento não é brasa...)